É comum o brasileiro se deparar com pensamentos apolíticos e desestimulantes quando o assunto é eleição. Afinal, as decepções, no sentido lato da palavra, que já tivemos em tal cenário, desde a época da ditadura e dos primórdios democráticos, são extremamente substanciais.
A maldição do poder que assola a vida vitimou Getúlio Vargas, Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Eduardo Magalhães e outros, contribuindo para o acréscimo da decepção do povo por dias de justiça, equilíbrio social com a certeira distribuição da renda, erradicação da pobreza, do analfabetismo e da violência.
As experiências amargas que o povo viveu ante a deposição de Fernando Collor; os escândalos dos anões do orçamento, Pita, Maluf, Melão, e outros; a falta de decoro parlamentar que levou à exoneração de dezenas de políticos, entre eles Antônio Carlos Magalhães e as campanhas bizarras por cargos políticos, desde Zé do Caixão ao homem da Pamonha, leva a sociedade a desacreditar no processo eletivo.
No entanto, o Terceiro Setor não pode se abster de tal processo. É necessário que busque seus representantes municipais, pois são eles que possuem a prerrogativa de legislar no município sobre a repartição e fiscalização do dinheiro público.
O mega investidor George Soros, em sua clássica obra A Crise do Capitalismo, diz que os americanos, em geral, votam com os talões de cheque e fazem lobby pela legislação que atende a seus interesses pessoais. É nesse âmbito que defendemos a importância do setor social no processo eleitoral, tentando defender o verdadeiro interesse dos desprovidos por meio da política.
Não estamos saindo na defesa pela troca de missão das entidades, de social para a política, mas sustentamos que o Terceiro Setor deve assumir seu papel de maior partido político do Brasil, pois possui a maior representatividade do país, já que está radicado, sem exceção, em todos os municípios, por meio das entidades religiosas ou beneficentes, e verdadeiramente possui propostas de campanha, que é a promoção humana.
Nós, da Revista Filantropia, conclamamos a todos pela união, para que juntos possamos exercer nosso direito de cidadania no próximo dia 3 de outubro, visando não eleger aquele que se utiliza de nossa obra para palanque na véspera de campanha, mas sim aqueles que formamos dentro do berço do bem, para lutar por nossos ideais, que é a sinergia do homem no caminho da solidariedade, pois voto é amor ao Terceiro Setor.
Conselho Editorial
Cherry Hartman