Empresas devem ter um propósito bem definido em sua cultura organizacional. Precisamos bater nessa tecla inúmeras vezes. Acreditamos que o propósito bem estabelecido e vivido na empresa leva, inevitavelmente, ao sucesso. Isso vale tanto para o primeiro setor como para as Organizações da Sociedade Civil (OSC).
É fato que, desde o início de 2020, um mar de novidades corporativas surgiu e não foi diferente nas OSC. Um período de “crise” iniciou-se. Já se disse por aí que “crise é o ponto de transição entre uma época de prosperidade e outra de depressão”. Suas características são, normalmente: a imprevisibilidade; o sentimento de urgência; e as necessidades de postura organizacional não rotineira, com planejamento analítico especial, capacidade de implementação e considerações legais especiais. Sim, 2020 deu início a um período de crise também nas OSC.
De uma semana para a outra, profissionais de diferentes áreas precisaram descobrir a melhor maneira de trabalhar em suas casas, adaptar rotinas, mobiliário e tecnologia. Uns ficaram perdidos e outros confortáveis com a adaptação à crise.
As OSC de propósito foram exemplo nesta crise. Auxiliaram seus profissionais com treinamento adequado, disponibilizaram mobiliário e tecnologia, deram suporte na tomada de decisões e não deixaram que a crise fosse maior que seu propósito. Trabalharam duro e sobreviveram.
A pandemia está terminando (será?), a crise não... É tempo de guerra, tempo para reflexão. Suas lideranças estão preparadas e têm as competências adequadas para passar por este momento?
Apresentamos os cinco comportamentos do líder, os quais acreditamos serem fundamentais neste momento.
Líderes são capazes de inspirar pessoas a agir, possuem uma legião de seguidores que agem não porque foram seduzidos, mas porque foram inspirados e porque querem. Neste momento de incertezas, o líder deve estar lá por eles e para eles, praticando diariamente o espírito de servir.
A cultura organizacional de uma OSC é a maneira como a organização atua, com base em comportamentos, crenças e identidade. O verdadeiro líder pratica e garante que o propósito e os valores da organização sejam disseminados e praticados por todos, sendo seu principal porta-voz e levando sua bandeira. O líder deve atuar como o “embaixador do propósito”, aquele que acredita, vive e comunica o verdadeiro porquê de a organização existir, e que transmite esse sentido para que seu time também o viva, se engaje e se comprometa com ele.
Para que o propósito da organização seja vivido por todos, o líder deve priorizar sua equipe, compreender individualidades, entender as necessidades, os desejos e os desafios de cada um. Humanizar as relações significa praticar uma comunicação assertiva, exercitando a empatia e a escuta ativa. É preciso dar voz à equipe para alcançar o comprometimento coletivo. De que adianta conhecer o “quadro” de missão, visão e valores se não se vai usar nada disso no dia a dia?
Vamos lembrar que empatia não significa fazer aquilo que você gostaria que fizessem por você, e sim fazer aquilo que faria cada um de seus colaboradores felizes.
O líder deve tomar decisões baseado em dados e fatos, usar os dados a seu favor e transformá-los em informações realmente úteis para sua equipe.
É importante lembrar que informação só é útil se circular e ajudar seu time a viver o propósito. Informação engavetada não serve para nada e, muitas vezes, atrapalha a eficiência de seu time.
Também é importante saber que a comunicação é a “cola” dos relacionamentos. Quanto maior a qualidade da comunicação entre o líder e seus liderados, maior a confiança construída e melhores os resultados alcançados.
Inovar é tornar algo melhor fazendo de forma diferente.
É possível inovar em OSC? A resposta é sim, equilibrando a eficiência das operações e processos com os riscos de inovar, ou seja, inovando com segurança. O líder sempre assume esses riscos para si e é 100% responsável por eles.
Inovação é 90% de trabalho e 10% de inspiração. É preciso esforço para fazer a inovação acontecer. É mais do que apenas trazer grandes ideias.
Para identificar os reais problemas encontrados na organização e solucioná-los de maneira mais efetiva, é preciso abordá-los sob diversas perspectivas e ângulos. Assim, o líder prioriza o trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares, que trazem olhares diversificados e oferecem interpretações variadas sobre a questão e, assim, soluções inovadoras. Inovação é um esporte coletivo, toda OSC precisa entender que ela não é perda de tempo, é tornar algo melhor.
Concluindo: inspiração, propósito, humanização, assertividade e inovação são as nossas armas para atuar com mais força e comprometimento, vencendo desafios e trazendo crescimento sustentável para sua organização, por isso não economize em nenhuma delas!