Devemos fazer mais para resgatar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — e permanecer fiéis à nossa promessa de um mundo de paz, dignidade e prosperidade em um planeta saudável”. Esta reflexão de António Guterres — Secretário-Geral das Nações Unidas — chama a nossa atenção para o quanto a Agenda 2030 é urgente.
Apesar do grande desafio, principalmente, do monitoramento dos dados, da produção de relatórios, por meio de centros de estudos e pesquisas, que tragam números confiáveis, evidências e recomendações, têm sido preparados documentos que monitoram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no mundo. Alguns desses documentos se destacam, como relatórios realizados com dados atualizados dos ODS que fornecem uma visão global do progresso na implementação da Agenda 2030 e ainda acompanham o progresso dos 17 objetivos, com análises aprofundadas de indicadores selecionados para monitorar o alcance deles. Infelizmente, os últimos dados destacam a gravidade, a magnitude dos desafios para a Agenda 2030 no Brasil e no mundo.
No Brasil, um desses documentos é o Relatório Luz (https://gtagenda2030.org.br/relatorio-luz/#) elaborado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030/GTSC A2030), que analisa a implementação dos ODS no Brasil e mostra o que o país precisa fazer para cumprir o compromisso que assumiu perante a ONU de alcançar as metas. Em 2022, a VI edição do Relatório Luz (RL 2022) mostra a realidade gravíssima de nosso país, com o aumento da pobreza, da fome, a perda de biodiversidade e da qualidade de vida. Uma sociedade adoecida não apenas pelos efeitos devastadores da crise sanitária provocada pela pandemia da COVID-19, mas também pelo crescimento das desigualdades: 33 milhões de pessoas sem comida e a triste volta do nosso país ao Mapa da Fome. Com relação à crise sanitária e à saúde, os números também são alarmantes. O Brasil é a terceira nação em número de mortes pela COVID-19.
O país também se destacou, infelizmente, no incentivo à liberação das armas e à militarização dos espaços civis, com o crescimento da violência contra mulheres, meninas, povos indígenas e quilombolas, população LGBTQI+, negros e defensores de direitos humanos.
Governos em nível municipal estadual e federal têm o compromisso de alinhar suas estratégias aos ODS, mas os planos plurianuais de apenas 14 estados brasileiros realizaram algum tipo de compatibilização entre seus planos anuais de governo e as metas e indicadores dos ODS.
Importante lembrar que também existe um grande desconhecimento da população com relação aos ODS. Segundo a Pesquisa Voluntariado no Brasil (https://pesquisavoluntariado.org.br/), 70% dos entrevistados não conhecem os ODS definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que compreendem os alicerces da Agenda 2030. Esses respondentes são sensíveis e interessados nas causas que ela reúne para combater a pobreza, melhorar a educação e promover práticas ambientalmente sustentáveis, entre outras, mas desconhecem o compromisso e as metas a serem atingidas até 2030. O índice de conhecimento cresce conforme aumenta o grau de instrução e a renda familiar mensal do entrevistado. Ainda há muito para fazer, desde o conhecimento até a implementação de ações realmente transformadoras.
Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias são os cinco pilares dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Temos metas, indicadores, pilares, objetivos e uma agenda urgente de governos, de nações, mas também um comprometimento da sociedade civil e de todos os cidadãos!
Faltam sete anos! Não basta divulgar os ODS, é preciso planejar e se organizar nas maneiras de participar e contribuir para o alcance das metas. O voluntariado é uma das estratégias e ferramentas que nos permitem engajamento e realização!
Um convite para participar e colaborar! A Agenda 2030 é uma agenda dos voluntários, e cada um de nós brasileiros pode se sentir um protagonista na construção de uma nação menos desigual e mais justa para todos.
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