Sócrates, há quase quatro séculos antes de Cristo, lecionava que a perfeição de nosso espírito depende de nossas virtudes. Produzir o bem, por si só, nem sempre resulta na contabilidade de nossas virtudes.
A eficácia de nossas ações deve estar sempre sintonizada com nossas intenções. É o coração que deverá ser persuadido na saga da produção do bem, não importando o tipo e a forma, mas sim o propósito de saciar o próximo, como se estivesse saciando a si próprio.
O dever da promoção do bem tirado de dentro do coração é obrigação moral, representa a lei da vida, e é difícil de ser cumprido, pois geralmente é contrário às seduções do interesse do homem, que muitas vezes o edifica com o propósito de refletir como mera vitrine ao seu reconhecimento de frágil benevolente.
Já dizia Lázaro: “O dever não tem testemunhos, e suas derrotas não têm repressões. Ele começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo e termina no limite que não gostareis de ver ultrapassado em relação a vós mesmos”.
Enfim, não nos prendamos apenas às lições desta revista, que tem como principal missão indicar caminhos menos áridos para a prática do bem, mas tiremos dela reflexões acerca de como exercitar o nosso Dever.
Afinal, a filantropia sempre é associada à prática do bem, e o simples despojo de nossos vinténs em prol daquele que nada tem é como se não estivéssemos ajudando a ninguém.