Embora as organizações da sociedade civil venham desempenhando papel de destaque no combate à Covid-19 no país, a maioria delas está sofrendo com a diminuição de recursos para se manter. A situação é tão ruim que uma em cada cinco já declara estar sem fundos para continuar operando.
A revelação é de estudo coordenado pelas consultorias Mobiliza e Reos Partners e cofinanciado pela Fundação Tide Setúbal, Fundação Laudes, Instituto ACP, Instituto Humanize, Instituto Ibirapitanga, Instituto Sabin e Ambev.
A iniciativa conta ainda com parceria técnica da Move Social e de um Comitê Estratégico voluntário, que apoia nas articulações do projeto e na análise dos dados, formado por ABCR, Arredondar, Gife, Move Social, Nossa Causa, Ponte a Ponte, Prosas e Rede de Filantropia pela Justiça Social, além da Rede Filantropia, responsável por editar a revista Filantropia. Também voluntária, a Because faz a identidade visual e os materiais de comunicação.
A pesquisa traz respostas de 1.760 representantes de organizações em todas as regiões do país, a partir de formulários aplicados entre 18 de 31 maio de. O estudo combinou a metodologia quantitativa, por meio de questionário online enviado por e-mail e divulgado amplamente nas redes sociais, com 15 entrevistas qualitativas para aprofundar a compreensão dos dados.
Dos respondentes, 87% relataram ter todas ou parte de suas atividades principais interrompidas ou suspensas por conta da crise. Ainda segundo o estudo, 73% das OSCs relatam que a crise as enfraqueceu muito (36%) ou parcialmente (37%).
Chama a atenção entre os dados levantados que, mesmo com as restrições financeiras, até o final do ano, a grande maioria das organizações respondentes (87%) prevê continuar as atividades, com grandes (58%), pequenas (24%) ou sem significativa (5%) mudança.
Entre os impactos negativos da pandemia, além da diminuição da captação de recursos (73%), os respondentes também indicaram o distanciamento e dificuldade de comunicação com os públicos atendidos (55%), a diminuição de voluntários ativos (44%) e o estresse e sobrecarga das equipes (40%) como principais pontos.
A pesquisa também perguntou quais foram os impactos positivos da crise: 53% responderam que tiveram aceleração do uso de ferramentas digitais para o trabalho e 40% indicaram mais engajamento e envolvimento da equipe.
Apesar do cenário complexo, 42% dos respondentes esperam que a cultura de doação deva crescer no país, mas com foco em assistência social e saúde e apenas 6% dos respondentes indica uma tendência de encerrar as atividades até o final do ano, o que demonstra um otimismo por parte das OSCs respondentes.
Para se manterem, as necessidades principais indicadas pelos respondentes são recursos para manter seus custos operacionais (69%) e engajamento da sociedade para manter e apoiar suas ações (46%).
Mais informações, baixe o sumário executivo do estudo em https://mailchi.mp/mobilizaconsultoria/covid19
Fontes: Mobiliza e Reos Partners