O compromisso das empresas para uma sociedade sustentável e justa foi o tema do evento realizado pelo Instituto Ethos, em parceria com Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Pacto Global das Nações Unidas e Pnud Brasil
A Conferência Internacional 2007 – Empresas e Responsabilidade Social, do Instituto Ethos, realizada entre 12 e 15 de junho, contou com a participação de mais de 1.300 pessoas do Brasil e do exterior. O sucesso da conferência foi atribuído em grande parte ao momento de tomada de consciência ambiental vivido pela humanidade. “Essa foi a maior e melhor Conferência que já fizemos. Muitos empresários compareceram para saber o que fazer e como agir diante desse atual cenário”, comemorou Ricardo Young, presidente do Ethos.
Amazônia
Investir com sustentabilidade na Amazônia não é fácil. A área conta com mais de um terço das espécies da fauna e da flora mundiais e um quinto das águas superficiais do planeta e uma diversidade cultural enorme. Uma solução, segundo Adriana Ramos, coordenadora para a Amazônia do Instituto Socioambiental e uma das debatedoras da mesa-redonda “Compromissos das empresas com o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, é buscar mecanismos de planejamento e processos de licenciamento ambiental mais éticos. “Acordos legítimos e legais fornecerão subsídios para daqui a alguns anos conseguirmos, de fato, um desenvolvimento sustentável na região”, afirmou. André Fernando Baniwa, diretor vice-presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), garantiu: “o governo e as empresas não levam em conta a vontade, a necessidade e o conhecimento dos povos indígenas. O desenvolvimento que esses povos querem é aquele pautado nos conhecimentos de seus ancestrais, que primavam pela natureza. Nossa relação com a natureza é social, somos parte dela”, concluiu.
Consumo consciente
Durante a plenária “Iniciativas empresariais para a construção de uma sociedade sustentável e justa”, o diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Helio Mattar, apresentou alguns resultados da pesquisa “Como e por que os brasileiros praticam o consumo consciente?”, lançada recentemente pela entidade. Um dos dados mais interessantes aponta um número maior de brasileiros estimulando a reciclagem de lixo do que fazendo. “Apenas 55% dos brasileiros reciclam; já 75% incentivam as pessoas a separarem seu lixo. É um tanto curioso que as pessoas tentem estimular sem praticar”, constata Mattar.
Responsabilidade social na mídia
Iniciando a mesa-redonda “Responsabilidade social na mídia: pauta e gestão”, Young apresentou algumas das principais questões discutidas pelos participantes do módulo: Os jornalistas estão capacitados para identificar os temas ligados à sustentabilidade? As empresas estão sendo oportunistas ao fazer marketing institucional, sem real preocupação com a sustentabilidade, ao buscar divulgação de suas ações em responsabilidade social? Para o diretor-executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, “se todos quiserem que a sociedade seja sustentável, será preciso alinhar as estratégias de sustentabilidade do negócio com as da sociedade. E as empresas de comunicação não estão à margem desse processo”.
Sustentabilidade
Transformar São Paulo em uma cidade mais justa e sustentável é a missão do “Movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade”, apresentado no painel “Desafios para a construção de cidades sustentáveis”. “Para chegar lá, diversos segmentos da sociedade, em parceria com instituições públicas e privadas, estão mobilizados para a construção de uma agenda e um conjunto de metas – e comprometer-se a cumpri-las. São Paulo é a matriz de um modelo insustentável do século passado”, definiu Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente. Oded Grajew, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, afirmou que bons governos são fundamentais para construir sociedades sustentáveis. “Para esse projeto dar certo, é preciso que as próximas administrações incorporem essas iniciativas e todos juntos façam algo por uma cidade com qualidade de vida para toda a população.”
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