Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Por: Juliana de Souza
01 Setembro 2007 - 00h00

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é pioneiro na disseminação de informações e conhecimentos sobre as áreas econômicas e sociais do país.

São 40 anos de contribuição e suporte técnico às ações governamentais para formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento nacionais.

Vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ipea produz pesquisas, projeções e estudos macroeconômicos, sociais, setoriais e temáticos com o intuito de subsidiar o governo na produção, análise e difusão de informações voltadas para o planejamento e a formulação de políticas públicas.
Por sua relevância, passou a ser conhecido como a entidade que tem a missão de “pensar o Brasil”. No ano em que o instituto completa quatro décadas de existência, é importante ressaltar a relevância de suas atividades para o setor social brasileiro.

Com mais de 500 servidores, a maioria formada por mestres e doutores, a entidade desenvolve grandes pesquisas em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), no sentido de mapear as entidades do Terceiro Setor, dedicando-se ao estudo dos problemas sociais no Brasil, suas causas e conseqüências.

Pesquisa Ação Social das Empresas
Um exemplo de como o Ipea atua no setor social brasileiro é a mais recente pesquisa sobre a atuação das empresas em atividades sociais e a expansão do Terceiro Setor no Brasil. De acordo com a diretora de Estudos Sociais do Ipea, Anna Maria Peliano, a entidade tem longa tradição em pesquisas na área social, e esse trabalho é um retrato da participação do setor empresarial em atividades sociais voltadas para as comunidades mais pobres.

A primeira edição da pesquisa, realizada no período de 1999 a 2002, apontou que 59% das empresas do país desenvolvem ações em benefício da comunidade. Na época, eram cerca de 465 mil empresas que davam sua contribuição. O investimento realizado atingiu R$ 4,7 bilhões em 2000 – valor que corresponde a apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Os resultados finais da pesquisa, realizada pelo Ipea pela segunda vez em todo o Brasil, apontaram um crescimento significativo, entre 2000 e 2004, na proporção de empresas privadas brasileiras que realizaram ações sociais em benefício das comunidades. Neste período, a participação empresarial na área social aumentou 10 pontos percentuais, passando de 59% para 69%. “São aproximadamente 600 mil empresas que atuam voluntariamente. Isso indica que a mobilização da sociedade é muito grande e voluntária”, avalia Peliano.

Segundo a diretora, a partir da realização desta segunda edição da pesquisa, tornou-se possível iniciar a construção, de maneira inédita, de uma série histórica para o acompanhamento da evolução do comportamento da iniciativa privada na área social desde finais da década de 1990.

Tendências e desafios do setor social brasileiro
A noção de co-responsabilidade tem se destacado nas discussões sobre a resolução das questões sociais do Brasil. A interação de ações e agentes que implementam políticas públicas propicia a troca de conhecimento sobre as distintas experiências e proporciona maior racionalidade, qualidade e eficácia às ações desenvolvidas.

Na mais recente pesquisa divulgada pelo IBGE sobre os indicadores sociais de 2006, os números brasileiros parecem melhorar. “Os problemas sociais ainda são muito grandes e incompatíveis com o desenvolvimento brasileiro, mas os indicadores estão melhorando”, avalia Anna Maria Peliano. Prova disso é o aumento do acesso à escola, a diminuição do analfabetismo e a elevação dos domicílios que possuem saneamento básico.

 

Indicadores sociais fornecidos pela Pnad/2004
A perspectiva para os próximos anos, segundo Anna Peliano, é que o número de trabalhos no campo da previdência social e da pobreza aumente. “O Ipea tem vários projetos nos campos social e econômico. Há temas permanentes, como a educação e a representatividade das empresas no Terceiro Setor, mas alguns assuntos muito discutidos dizem respeito às questões previdenciárias e de distribuição de renda”, afirma a diretora.
A seguir, uma síntese dos indicadores sociais, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004 (Pnad/2004):
Saneamento básico
A pesquisa apontou que 60,3% dos domicílios urbanos dispunham do conjunto de serviços públicos de saneamento em 2004. O destaque ficou por conta da região Sudeste, com 82,8% dos domicílios urbanos atendidos, cabendo às demais regiões do país percentuais bem inferiores: Norte (9,1%), Centro-Oeste (34,4%), Nordeste (34,9%) e Sul (57,7%).
Freqüência escolar
A taxa de freqüência escolar de crianças de 0 a 6 anos atingiu o nível de 40,3% em 2005, uma variação positiva de 13,3 pontos percentuais em relação a 1995. No caso das crianças de 4 a 6 anos, a freqüência escolar era maior e cresceu progressivamente nos últimos anos: de 53,5%, em 1995, para 72,7%, em 2005. Nesse período, o índice subiu entre os mais pobres, passando de 41,9% para 64,5%. Para as famílias com rendimento per capita acima de três salários mínimos, a taxa em 2005 era de 95,4%.
Trabalho infantil
Em 2005, havia 5,4 milhões de pessoas de 5 a 17 anos trabalhando no Brasil. Dessas, 53,9% tinham idade inferior a 16 anos. O trabalho infantil vem sendo reduzido progressivamente na última década. Para o grupo etário de 10 a 17 anos, a taxa de atividade caiu de 31,5%, em 1995, para 23%, em 2005.
Mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil caiu quase 32% entre 1995 e 2005, passando de 37,9 mortes por mil nascidos vivos para 25,8 por mil. O aumento relativo do número de domicílios com saneamento básico adequado vem contribuindo para a redução. A esperança de vida ao nascer cresceu 3,4 anos, chegando aos 71,9 anos de idade. As mulheres (de 72,3 para 75,8 anos) ficaram em situação bem mais favorável que os homens (de 64,8 para 68,1 anos).
Analfabetismo
O Brasil, em 2005, contava com cerca de 14,9 milhões de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas, correspondendo a 11% da população. Deste contingente, 37,7% eram pessoas de
60 anos ou mais; 18,9% de 50 a 59 anos; 16,8% de 40 a 49 anos; e 13,9% de 30 a
39 anos. No período entre 1995 e 2005, houve queda na taxa de analfabetismo de 5 pontos percentuais nas áreas urbanas (11,4% para 8,4%) e de 7,7 pontos percentuais nas áreas rurais (de 32,7% para 25,0%).

 

Transição
No dia 14 de agosto, o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Márcio Pochmann, assumiu a presidência do Ipea. O economista, que é autor de 27 livros focados na questão da inclusão social, desenvolvimento econômico e políticas de emprego, foi secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura Municipal de São Paulo na gestão de Marta Suplicy.

Durante a solenidade, que aconteceu em Brasília, Pochmann criticou o Estado brasileiro, classificando-o como “raquítico” e afirmou existir a necessidade de técnicos e gerentes especializados em diversas áreas. “Houve uma destruição do Estado nos últimos 20 anos. Perdemos 2,5 milhões de funcionários nesse período. Então, precisamos rever o papel do Estado nesse sentido. Não temos hoje um governo preparado para o desafio do desenvolvimento em termos de tecnologia. O que nós temos, em quantidade e qualidade, não nos permite dar o salto de que precisamos”, assegurou o novo presidente do Ipea.


Atividades do Ipea
• Pesquisas destinadas ao conhecimento dos processos socioeconômicos brasileiros;
• Análise e diagnóstico dos problemas estruturais e conjunturais da economia e da sociedade do país;
• Estudos prospectivos de médio e longo prazo;
• Geração de subsídios técnicos para a formulação e reformulação de políticas públicas e para a preparação de planos e programas de governo;
• Análises e avaliações de políticas públicas, programas e ações governamentais;
• Capacitação técnica e institucional para o aperfeiçoamento das atividades de planejamento, avaliação e gestão;
• Disseminação de conhecimentos atinentes à sua área de competência.

Link
www.ipea.gov.br

 

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