Em tempos de caixa baixo, problema que claramente vem ocorrendo ao menos nos últimos sete anos no Terceiro Setor, parcela considerável das organizações sem fins lucrativos brasileiras ainda nem começou a usar – ou mesmo considerou a possibilidade – esta ferramenta para aumentar suas receitas, decisão compreendida como um grande erro estratégico.
Por outro lado, há ONGs que apostaram em lojas on-line para vender produtos relacionados à causa, e não se decepcionaram com os resultados obtidos, como o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), que destaca as camisetas “O mar é meu lar” e “Não crie caso, crie cactos”, 100% algodão com gola em “O”, modelagem alongada com fraldão e corte a fio nas mangas e barra. Toda a renda arrecadada com o produto é revertida para o hospital mantido pela entidade.
As camisetas também ajudam a compor as receitas da Associação Brasileira de Amigos e Familiares de Portadores de Hipertensão Arterial Pulmonar (Abraf), que luta pelos direitos dos pacientes com essa grave doença, que atualmente afeta em torno de 25 milhões de pessoas em todo o mundo. No site da organização é possível encontrar o produto com a estampa “Team Phenomenal Hope Brasil”, e as receitas obtidas são usadas para manter o trabalho da ONG.
Já a Associação Viva e Deixe Viver, que atua por meio da arte de contar histórias, tem como seus carros-chefes os bonecos de pano Beto e Lena, confeccionados pela Cas Brinquedos, em tecido antialérgico (100% algodão) e fibra proveniente de reciclagem de garrafa pet (100% poliéster).
Os bonecos vêm com várias características especiais, como uma abertura no tórax, revelando os principais órgãos do corpo humano. Já o cabelo, em forma de peruca, possibilita ao adulto explicar às crianças como funciona, por exemplo, o processo de perda de cabelo – inclusive em pacientes com câncer que passam por radioterapia e quimioterapia.