O tema diversidade nas organizações está relacionado à sustentabilidade e perenidade do negócio, porque é nesse ambiente plural que trazemos fatores importantes que são demonstrados em estudos e pesquisas, como a atração dos melhores talentos, o engajamento dos colaboradores, a inovação por meio da multiplicidade de ideais e pelo pensamento “fora da caixa”.
Ainda no âmbito do engajamento, as práticas para a inclusão da diversidade trazem resultados significativos para as organizações. Uma pesquisa da Consultoria McKinsey demonstra que as empresas com diversidade racial e étnica são 35% mais propensas a obter retornos financeiros acima da média nacional de seu setor. Já as empresas com diversidade de gênero são 15% mais propensas a obter retornos financeiros acima da média nacional de seu setor.
A diversidade, seja por raça, por gênero, por orientação sexual ou pelo fato de a pessoa ter deficiência, é uma vantagem competitiva e um diferencial no mercado. Um estudo publicado pela revista Management Science feito por Huasheng Gao, da Nanyang Business School, em Cingapura, e Wei Zhang, da Universidade de Finanças e Economia de Xangai, na China, mostra que as empresas se tornam mais inovadoras em países que adotaram leis que protegem profissionais e estimulam a contribuição de todos.
As organizações têm despertado o olhar para a diversidade e inclusão ao inserir o tema nas pautas e agendas dos presidentes, CEOs e outros executivos. Outras têm levado o tema para a cadeia de valor, favorecendo fornecedores que tragam a discussão e representem a diversidade em suas mídias ou prestação de serviços.
E ainda é possível quebrar paradigmas e trazer a prática da diversidade usando os Programas de Voluntariado Empresarial, desenvolvendo habilidades típicas de um empreendedor coorporativo por meio da elaboração de um projeto social em uma instituição sem fins lucrativos (a ser definida em conjunto com a área de diversidade) com alto benefício social e alavancagem de competências.
É preciso ressaltar que o caminho para a diversidade e a inclusão nas empresas é longo. No entanto, é imprescindível que os executivos e a alta liderança abracem a causa como forma de disseminar o assunto e a transformação para os demais níveis dentro das organizações. Assim, com esse apoio, a evolução da diversidade até a inclusão é efetiva e evidente.
Nesse sentido, cabe destacar que a diversidade e a inclusão devem caminhar juntas, embora sejam diferentes. Vejamos a definição do professor Ricardo Sales: “Diversidade está ligada à representação demográfica. Por exemplo, qual o percentual de negros, mulheres, pessoas com deficiências, profissionais LGBT e das diferentes gerações na sua organização? Entre outras coisas, é preciso saber também se eles são representativos do ambiente em que você atua (...) Inclusão é um passo além. É garantir que toda essa diversidade existente na empresa tenha chances iguais de desenvolvimento e promoção. A análise, então, vai recair sobre os cargos mais altos ou de maior prestígio.”Dessa forma, uma das diversas propostas da gestão da diversidade nas organizações é que a alta liderança, representada pelo corpo diretivo e executivo das empresas, apoie a criação de grupos ou comitês de afinidades, sejam eles de gênero, refugiados, voluntariado, gerações, etnias, LGBT, entre outros.Os colaboradores, por sua vez, são convidados a apoiar os temas de representatividade e a construir as propostas, projetos e ações afirmativas que deliberam um ambiente seguro à diversidade e aos colaboradores da pluralidade de gênero, raça, dentre outros.
Nota-se que, ao participarem da construção das ações afirmativas, os colaboradores disseminam e propagam a ideia da diversidade e inclusão na organização, tornando-a colaborativa, além de preparar um ambiente seguro.
Nada melhor que o próprio colaborador para saber o que é realmente necessário para a gestão da diversidade nas organizações, posto que é ele quem labora e transita pelos diversos ambientes na empresa.
O movimento da diversidade é, por sorte, irreversível. Nos dias de hoje, uma organização, para se reinventar diante de um cenário de pouca diferenciação de produto no mercado de consumo, deve tratar a diversidade como indispensável para seu desenvolvimento. Assim é possível conectar-se aos anseios das novas gerações que têm o viés consciente do respeito à diversidade e à valorização do ser humano.