Canais e Comunicação

Por: Janine Saponara
04 Agosto 2017 - 00h00

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Por onde uma ONG pode se comunicar com seus públicos de relacionamentos?

Muitas organizações ficam espantadas quando digo que os canais de comunicação são infinitos. Todos os lugares são válidos; todas as ocasiões são boas oportunidades para você se comunicar. SIM! Isto é uma verdade atualmente, pois o campo que influencia uma tomada de decisão — seja ela pelo investimento social, seja pela doação de recurso financeiro, humano ou material — é cada dia mais amplo.

Aí você se pergunta: então ONDE eu, gestor ou comunicador da minha organização, devo focar meus esforços (energia, dinheiro ou tempo) para criar um relacionamento de excelência com meus públicos prioritários?

Inicialmente, é fundamental que você conheça bem seus públicos prioritários e, se são prioritários, eles não podem ser muitos. Eleja no máximo dois grupos para cada ação que deseja desenvolver.

Para cada público prioritário (clientes, jornalistas, funcionários da própria organização [público interno], seus beneficiários etc.), estude – mas estude mesmo! – seus hábitos de leitura, de consumo de informação... Não é difícil nem toma tanto tempo desenvolver esse estudo; basta você ampliar seu poder de observação, a sua escuta profunda. Todos temos um radar nato. Ative o seu! Ao conversar com as pessoas, pergunte a elas o que leem, de onde têm tirado informações, quais meios elas têm usado com mais frequência em seu cotidiano. É o rádio enquanto dirigem? São as propagandas recebidas no celular? Por que não? Ah, já sei: são as mídias sociais, com seus textos curtinhos e objetivos que mais as atingem? E não se esqueça: ainda há os que a TV aberta é o que os orienta... Todos estes são canais de comunicação. Seu desafio é não esquecer nenhum... Mas não se iluda: sempre haverá algum no qual você não pensou. E, ao vê-lo sendo utilizado por outra organização, você pensará: "por que eu não ativei esse canal antes?!" Por isso, o mais importante é estar com a mente aberta ao "vale tudo"! Seja você a surpreender da próxima vez!

Aprendi, na prática, que os canais podem ser ótimos, mas funcionam, principalmente em relação às causas, no amor ou na dor. Exemplifico: uma faixa de uma ONG de recuperação de acidentados do trânsito pode estar fixada na porta de um supermercado, alertando para o perigo de não se atravessar a rua na faixa durante um ano, mas, no dia seguinte a um atropelamento seguido por morte, ela será mais observada e a caixinha de arrecadação de notas fiscais daquele supermercado para aquela causa transbordará de notas doadas naquela semana. Ou seja, DOR. Outra chance de a caixinha estufar é se a pessoa atropelada e recuperada ficar lá, ao lado da caixinha, alguns meses depois de seu acidente agradecendo as doações recebidas: AMOR. Por que se o canal é o mesmo? Porque a psique humana é assim!

Por isso, esta coluna sobre canais de comunicação visa falar sobre você, comunicador ou gestor de uma organização, estar de coração aberto, mente aberta e com vontade de deixar partir seus velhos paradigmas de que:

  • para targets, e-mails marketing de apresentação da organização;
  • para clientes, relatórios de atividades e prestação de contas;
  • para doadores, histórias felizes, prestando contas;
  • para funcionários, eventos motivacionais;
  • para jornalistas: press releases óbvios, enviados com antecedência.

Tudo isso é mais do mesmo!

Pergunte-se o que profundamente você acha que cada um de seus públicos prioritários quer saber sobre sua organização. Você não sabe ainda? Bem-vindo ao grupo! Normalmente, ninguém sabe! Então, pergunte e veja que seu doador se surpreenderá positivamente ao perceber que você está interessado em saber genuinamente no que ele quer investir.

Sua causa é proteger a vida silvestre. OK. Mas há tantas maneiras de se fazer isso, não? Se está difícil entender ou divulgar a forma que você faz, a culpa talvez não seja da sua causa, mas do canal que você vem utilizando. Crie novos canais. Afinal, eles são infinitos.

Vejamos: uma organização que trabalha com pacientes com câncer, por exemplo, e precisa que sua marca seja top of mind em uma cidade. Para isso, ela manda milhares de e-mails, faz pequenos eventos, tem assessoria de imprensa competente, publica anúncios sem custo, tem fachada grande e visível (dentro da lei), mas ainda assim não está com o reconhecimento à altura do que espera... De repente, alguém dá a ideia de essa organização fazer, sem custo, uma parceria para organizar uma corrida de rua com o objetivo de promover a qualidade de vida e a saúde — aquele aspecto tão importante que aquela organização e seus beneficiários tanto lutam para manter...

A voz dos céticos grita: "Corrida? Nada a ver com nossa causa! Nossos pacientes não andam nem 1 km". Já a voz dos que terão de vencer o medo para agirem diz: "Não é para nossos pacientes, é para nossa marca. Não será fácil no primeiro ano, talvez nem no segundo, mas é como treinar para uma maratona; há que se treinar".

Em menos de três anos, a Corrida do GRAAC passou a fazer parte do calendário de corridas oficiais não apenas da cidade de São Paulo, mas do País. As milhares de pessoas que correm ano a ano sabem, hoje, o que é o GRAACC e o que ele faz, qual é o seu foco (divulgar a marca), seu público...

E na sua organização, qual será a próxima linha de chegada? E, como antes de toda linha de chegada há uma linha de largada, aqui vão algumas sugestões muito eficientes, mas tradicionais:

Canais Organizacionais (você Comanda o Conteúdo)

  • Mídias sociais (LinkedIn, Twitter, Facebook, Instagram, blogs).
  • Mídia on-line (canais no Youtube, blogs, vlogs).
  • Site da organização.
  • E-mails diretos.
  • E-mails marketing.
  • Assessoria de comunicação (interna ou externa).
  • Eventos (de todos os tipos).

 

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