A Velocidade Da Informação E Seu Impacto Na Sociedade

Por: Bille Gomes Marinho
07 Julho 2015 - 14h52

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Século 21, sociedade capitalista e ocidental, porém,  globalizada, conectada pela internet. Talvez esta  fosse a definição mais fria e sucinta para descrever  quem somos, mas gosto de pensar que somos infinitamente  mais do que isso. Somos inventores de nossos próprios  dias, da nossa própria era, o Davi que esculpimos somos nós  mesmos. E, apesar de conectados, compartilhados e, de certa  forma, acessíveis em todos os momentos, ainda somos indivíduos  e pensamos por conta própria. Cada um escolhe votar em  uma bandeira de partido político ou nas ideias de um agente  político, acreditar em um Deus ou em uma religião, ouvir heavy  metal ou samba de raiz. 

Muitos são os fatores que permitem que as pessoas deixem  de ser apenas membros de grupos e assumam suas personalidades  próprias. Influências como familiares, amigos e relacionamentos  amorosos lideram o ranking. Mas, ainda assim, sugiro aceitar  o fato de que a internet é uma das principais responsáveis pela  formação de opinião na atualidade – mesmo sendo um meio de  comunicação não presencial. Isso porque ela está disponível a  qualquer momento, praticamente em qualquer lugar. Se há dez  anos a televisão dominava a comunicação no Brasil, valendo-se  do modelo tradicional que taxava o período das 18h às 00h como  “horário nobre”, por se tratar do horário em que a maioria dos  trabalhadores e estudantes já tinha chegado em casa, a internet  hoje é o horário nobre a todo momento. 

Em qualquer lugar ou situação você pode acessar a internet  para procurar qualquer informação. Contudo, isso não é o mais  intrigante, e sim a velocidade com a qual a informação circula no  universo on-line. Graças às ferramentas de web design que permitem  a publicação em segundos, a internet revolucionou a forma  como todos nós trabalhamos – não importa a área de atuação.  O jornalismo on-line cobre reportagens em tempo quase real,  enquanto no telejornal há um atraso de minutos, ou até horas, e  no jornal impresso pode levar um dia ou mais. Além de economizar  tempo (e dinheiro), a informação digital tem ainda a vantagem  de poder ser atualizada a qualquer momento. 

Sabendo disso, cada vez mais usamos a internet na nossa  insaciável busca por conhecimento. Evidentemente, assim  como nos jornais, revistas e emissoras de rádio e de televisão,  na internet é preciso ter cuidado e saber selecionar o tipo de  conteúdo entre os bons e os ruins. Sendo assim, não se deve  considerar a internet como uma vilã dos outros meios de comunicação;  muito pelo contrário, ela deve ser mais bem explorada  e aproveitada por cada um deles. Para nós, consumidores  de informação, fica a atenção e o vigor ao prezar pela nossa  integridade ao aceitar uma opinião. Para nós, formadores de  opinião, fica a atenção à ética e à responsabilidade ao publicar  toda e qualquer informação.  

Em Terra De Whatsapp, Ligação é Prova De Amor

Se Graham Bell estivesse vivo, já teria se matado. O suposto  inventor do telefone deveria ter se orgulhado ao ver seu investimento  ser usado pelo mundo inteiro. Mas duvido que ele se acostumasse  com a ideia de que pessoas têm telefones em suas mãos  o tempo todo, e não conversam por voz. 

Falamos cada vez menos. Lemos cada vez mais, porém, em  menor qualidade. Abreviamos tudo, usamos gírias e emoticons,  digitamos em mensagens o que queremos dizer o tempo todo.  Veja que interessante: somos até capazes de imaginar como a outra  pessoa falaria ao ler suas palavras, sua entonação e até seu jeito de  se comportar. Identificamos como “grito” a caixa alta, e “ternura”  ao escrever as palavras completas. Mas até onde sei, um telefone  celular tem como objetivo primordial fazer e receber ligações. 

A ligação por celular é um recurso pouco utilizado desde  quase sempre. Isso porque no início da popularização dos aparelhos  as empresas ainda precisavam de recursos para se estabilizar  e, por isso, as tarifas eram altas. Depois disso, ao menos em países  como o Brasil, as empresas começaram a cobrar mais entre ligações  entre uma operadora e outra (assim como fazem os bancos,  ao cobrar tarifas em caso de transferências de valores) e menos  para ligações entre números da mesma operadora. Hoje em dia,  graças às medidas adotadas pela Anatel, estas tarifas estão bem  menores e já é possível creditar seu celular sabendo que irá aproveitá-lo por completo. 

Mesmo assim, a grande maioria das pessoas prefere não se arriscar.  São pobres clientes traumatizados culturalmente por se privarem  do principal uso dos seus celulares. As mensagens por texto (SMS  e MMS) já eram conhecidas e usadas até que a era dos smartphones  revolucionou a forma como nos comunicamos. Há aplicativos  para as mais diversas finalidades: acessar sites da internet, dicionário,  banco, e-mail, notas e faltas, calculadora científica, impostômetro,  redes sociais, jogos, organizador de tarefas, comunicador  instantâneo. Isso só para citar meio por cento. 

O líder dos aplicativos mais usados para se comunicar é o  WhatsApp, seguido pelo Messenger – ambos de propriedade da  Facebook Inc. Privacidade e segurança não são o ponto forte destas  aplicações, segundo a organização sem fins lucrativos Electronic  Frontier Foundation – EFF – (Fundação Fronteira Eletrônica), que  relatou uma lista de vulnerabilidades em 2014. Apesar disso, a  popularidade do aplicativo o faz ser preferido. A empresa estudou  a implantação oficial do recurso de ligação no aplicativo, mas já  está em fase de testes para Android. 

Outros aplicativos tentaram implementar a função de ligação  sem custo de um celular para outro (por meio da aplicação devidamente  instalada em ambos os aparelhos, a custo da linha de  internet usual), como o Viber, mas sem grande sucesso. Parece  que mesmo ‘sem gastar’, fazer uma ligação ‘custa’.

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