Princípios para a atuação profissional
Este espaço de reflexão sobre a área social tem o objetivo de trazer considerações sobre a atuação de profissionais e voluntários que compõem as redes de serviços social e comunitária.
O fortalecimento da Cultura Organizacional e das Estratégias de Atuação facilita o relacionamento interpessoal e as práticas éticas, resolutivas e focadas na qualidade, assim como a resolutividade no atendimento ao usuário dos serviços das organizações sociais e afins. Estes são fatores importantes para o bom desenvolvimento do trabalho. Alguns princípios, porém, são imprescindíveis para garantir direitos e transparência nas atividades de rotina, porque fazem parte da delicada trama que compõe as ações, práticas, discursos e olhares para a natureza humana, em situações de alta vulnerabilidade.
A palavra ética tem sua origem na palavra grega ethos, e significa caráter. Envolve os princípios que norteiam a ação e a reação das pessoas, com base em valores e crenças que fortalecem o relacionamento humano. É o conjunto de valores morais que orientam a conduta humana na sociedade.
A ética no trabalho, especificamente, envolve as tantas questões que permeiam a prática profissional e fazem parte dos Códigos de Ética das diversas profissões que atuam no campo do “Cuidado Humano”. Para além dos códigos, as equipes interdisciplinares possuem ocupações e profissões de nível médio que têm este compromisso ético, pois passam a conviver com as singularidades e especificidades de cada usuário atendido nos serviços.
Para executar as estratégias de atuação, certas posturas e comportamentos são esperados para garantir o direito ao sigilo e à confidencialidade do usuário.
Trata da manutenção de segredo para informação valiosa, cujo domínio de divulgação deve ser fechado, ou seja, restrito a um cliente, a uma organização ou a um grupo, sobre a qual o profissional encarregado possui inteira responsabilidade, uma vez que a ele é confiada a manipulação da informação.
Diz-se que o sigilo profissional vai até o limite da transgressão de uma lei, ou seja, o profissional deve guardar todas as informações a que tiver acesso, ou vir a tomar conhecimento, em razão de sua atividade profissional, mas somente aquelas que não são criminosas, sob pena de ser enquadrado em algum crime contra a sociedade.
É a propriedade da informação que não estará disponível nem será divulgada a indivíduos, entidades ou processos sem autorização. Em outras palavras, confidencialidade é a garantia do resguardo das informações dadas pessoalmente em confiança e proteção contra a sua revelação não autorizada.
Estes aspectos levam os usuários dos serviços a terem sensação de confiança no grupo de pessoas de determinada Instituição. O trabalho do grupo, gerando confiança, forma e transforma instituições confiáveis, que se tornam referências em suas áreas de atuação. Ousamos dizer que definem o seu caráter. Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e a coerência de atitudes.
Os conceitos trazidos até aqui nos levam a pensar em princípios, os quais determinam atitudes e facilitam ações inclusivas e de promoção social, utilizando como ferramentas:
É importante considerar que os princípios éticos permeiam toda a atividade e estão implícitos desde o início do processo de trabalho. Para a pessoa que vai atuar é muito impor-
tante conhece-los.
e estiver organizado integralmente ou parcialmente, indica uma forma de tratar o colaborador de forma ética e planejada, com foco. Esta organização e clareza facilitará a atuação responsável e ética do voluntário.
O trabalho remunerado nas instituições sociais apresenta algumas modalidades. Das mais comuns, citamos o trabalho com vínculo empregatício, “registro em carteira de trabalho”, de acordo com as regras da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Encontramos, também, profissionais autônomos e microempresários. Qualquer que seja a modalidade, contrato de trabalho por tempo indeterminado e determinado, como profissional para desenvolver oficinas (o oficineiro), é importante que, desde o processo seletivo haja clareza para que o profissional conheça regras e funcionamento da instituição.
É comum que as instituições tenham programas e projetos descentralizados em determinados territórios de atuação, tendo uma sede como base administrativa e técnica e várias unidades, distribuídas pelas regiões da cidade, muitas vezes, em áreas de risco e vulnerabilidade social.
Cabe salientar que, nas questões colocadas para o grupo de voluntariado, aquelas que envolvem organização e clareza sobre a instituição e seus processos de seleção, integração e uniformidade de condutas darão o padrão ético e coerência das ações. Mesmo havendo várias frentes de trabalho, existe a necessidade primordial de manter os valores e princí-
pios institucionais.
Entendemos que o relacionamento interpessoal é uma das questões mais relevantes para o sucesso ou o fracasso de qualquer atividade. Quando se trata da prática do Cuidar, como fim, isto se torna mais delicado ainda. O quadro a seguir demonstra a complexa rede em que atuamos diariamente, considerando programas e ações que envolvem o profissional da Instituição, o usuário e sua família, os demais colegas de trabalho e a execução da tarefa:
É sempre bom lembrar que o planejamento das ações e a boa prática para uma intervenção exitosa envolvem o acompanhamento contínuo e a prontidão para alterar condutas, se necessário, visando o resultado previsto.
Estar aberto para novas perspectivas e revisão de procedimentos nos tira, muitas vezes, da zona de conforto, mas permite o realinhamento de ações, que não alteram a filosofia ou os objetivos previstos.
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