Sempre
que o assunto é captação de recursos, as salas do Fórum Interamericano de Filantropia Estratégica (FIFE),
que aconteceu de 8 a 11 de abril, em Curitiba, garantem a lotação da plateia. Foi o
que aconteceu nas duas palestras cujos temas falavam da elaboração de projetos
e formas de obter financiamento.
Para Michel Freller, fundador e diretor da Criando Consultoria, esses processos começam com um bom planejamento, elaborado de forma bem estruturado. “O planejamento deve servir para apresentar a identidade e o destino da organização, além de definir objetivos, metas possíveis de serem alcançadas, definir público-alvo entre outros aspectos”, explica. “É válido ter em mente que quanto mais detalhado for o plano, melhor para a organização. Definir diretrizes, plano de ação, controle de avaliação e outras métricas podem garantir não somente um resultado mais assertivo, como também um alinhamento, por parte de toda a equipe, aos objetivos maiores da instituição”, complementou.
Com um planejamento bem estruturado em mãos, Freller destacou que o próximo passo é compreender o processo de captação de recursos e entender que a diversificação dessas fontes é fundamental. “No cenário ideal, os recursos de uma organização devem estar bem divididos e diversificados, por exemplo: 10% do Governo, 15% da igreja, 5% de eventos, 30% da compra e venda de serviços e produtos, 25% dos indivíduos e assim por diante. Com isso, é possível garantir, ou pelo menos aumentar, as chances de apoio àquela causa”, revelou fundador e diretor da Criando Consultoria.
Danilo Jungers, vice-presidente do Conselho Deliberativo da ABCR, compartilha desta perspectiva e, em sua palestra, trouxe alguns exemplos de estratégias com baixo investimento para as organizações que querem iniciar sua jornada de captação, mas ainda não possuem orçamento para manter um profissional para essa demanda. “Apostar em alternativas como: cofrinho, arredondamento de compras, Payroll, Empresa Amiga (com escala de contrapartidas) e eventos (engajando voluntários), são alternativas de baixo custo e elevado grau de efetividade nas quais vale a pena investir”, afirmou Jungers.
Para ele, outra iniciativa importante visando não somente a captação de recursos, mas também a fidelidade do doador é o relacionamento da organização para com este. “Embora pareça básico, uma quantidade enorme de OSCs não presta contas sobre o dinheiro que os doadores investem no local. Isso é péssimo! Os gestores precisam entender que a prestação de contas precisa ser um hábito”, enfatizou.
Ele acrescentou que, para além da prestação de contas, o relacionamento com o doador envolve um processo de humanização. Um exemplo de como fazer isso é lembrando do seu aniversário com um dia de antecedência ao seu aniversário. “No dia exato da celebração, esse doador vai receber homenagens de diversas pessoas. Mas se você enviar um dia antes, isso mostra uma atenção maior”, sugeriu Jungers.
Outro exemplo mencionado em sua palestra foi na forma de abordar o doador buscando a continuidade das suas contribuições. “É importante primeiro prestar contas sobre o ano anterior, mostrando dados e ações implementadas antes de sugerir que ele permaneça oferecendo seu apoio. Isso é humanizar a figura do doador e fazer com que ele, de fato, sinta satisfação em fazer parte de uma organização que luta por um mundo melhor”, finalizou.
Sobre o FIFE 2025
Realizado de 8 a 11 de abril, o evento contou com mais de 100 atividades, a participação de 90 palestrantes do Brasil e exterior, que versaram sobre os temas de legislação, tecnologia, comunicação, marketing, captação de recursos e voluntariado, além de uma feira com prestadores de serviços para as organizações sociais.
O FIFE 2025 recebeu o apoio de parceiros como Movimento Bem Maior (Patrocínio Ouro); Lima & Reis Sociedade de Advogados (Patrocínio Patra); Agência Pauta Social, Psicólogos Sem Fronteiras, M. Biasioli Advogados, TechSoup Brasil (Patrocínio Bronze). Saiba mais em https://www.filantropia.ong/.
Fonte e foto: Pauta Social